Com papel importante, que abalou as estruturas políticas do Brasil, com forte e inequívoco ideal político de acabar com o Partido dos Trabalhadores (PT), sem se ater a outras siglas, principalmente de direita, a Operação Lava Jato chega ao fim de forma melancólica.
Suas bases puramente partidárias foram além do limite que se exigia. A formação do grupo (Força Tarefa) que investigava supostos desvios na Petrobras acabou revelando mais que seus investigadores queriam. A gota d'água foram as revelações de Joesley Batista (JBS), que atingiram diretamente os dois principais caciques da política de direita do Brasil; Michel Temer e Aécio Neves. este, com certeza, foi o estopim para que a "Sangria fosse Estancada definitivamente", conforme sentenciou o então Ministro Romero Jucá, quando disse que haveria de se colocar Michel Temer no poder no intuito de se limitar todo aquele imbróglio causado pela "má" condução das denúncias de corrupção e lavagem de dinheiro da Petrobras. A ordem para que se desfaça a força tarefa da Lava Jato já o o golpe fatal que põe fim ao regime policilesco proferido pelos arautos da lei. Lei esta que se utiliza de dois pesos e duas medidas.
O Plano "Lava Jato" Falhou?
Parece que não. De certa forma, a criação de todo este aparato policial de direita, que visava retirar o PT do poder e restabelecer às elites sua predominância política no país, logrou êxito. Apesar dos percalços, o STF entendeu o recado enviado por Temer e sua Orcrim. Primeiro liberando Aécio Neves depois Rodrigo Rocha Loures. Com medo do efeito cascata, o Conselho de Ética do Senado engavetou o processo que pedia investigação contra o Mineirinho. Com a ajuda de Moro, que rechaçou Eduardo Cunha ao não aceitar sua delação, Temer parece ter ser fortificado. Apesar de ter um páreo duro, o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, que afirmou ter sentido náusea ao ouvir o áudio do empresário Joesley Batista e Michel Temer, onde o "p"residente combina a manutenção do aporte financeiro ao ex deputado Eduardo Cunha no intuito de mantê-lo calado. Michel Temer lida agora com a votação que pode autorizar abertura de investigação contra ele na Câmara dos Deputados. Após o acordo firmado com o PSDB, de livrar Aécio Neves do processo no Senado, o Presidente poderá respirar aliviado, pois há indícios de que esta manobra de livramento pode ter sido a moeda de troca em favor da manutenção de Temer no poder. Sérgio Moro deverá proferir a sentença política de Lula a qualquer momento. Fato que será glorificado pela mídia, mesmo na ausência de provas que o incrimine.
O que resta aos paneleiros e camisetas amarelas do golpe?
Quase 100% daqueles que foram as ruas ou bateram panelas em suas sacadas gourmet durante o governo Dilma, o fizeram pois não obtiveram sucesso nas eleições de 2014, quando seu candidato acabou derrotado. Para este enorme grupo, o que interessava não era acabar com a corrupção, longe disso. O que lhes movia era o desejo de vingança frente a derrota democrática que tiveram que amargar. Destes, um enorme percentual é formado por trabalhadores e trabalhadoras. Caberá a estes assumir seu papel de cúmplices do"Golpe", reconhecendo seu erro e se manifestando afim de não perderem seus direitos trabalhistas e previdenciários, ou engolir as reformas de maneira calada, serviu e covarde.