"Se houver uma camisa preta e branca pendurada no varal durante uma tempestade, o atleticano torce contra o vento." Roberto Drumond.
A Mística que envolve o Clube Atlético Mineiro não se resume apenas conquistas. É formada por algo maior, mais significante. Se trata de uma força muito mais espiritual e transcendental. É agnóstico e não compreensível. Adjetivos são muitos, mais nenhum que se possa analisar simplesmente com o raciocínio lógico.
O Atlético Mineiro, Galo, foi formado por alguns jovens que praticavam futebol no Parque Municipal de Belo Horizonte. Talvez, esta seja uma característica que, em parte, explica de onde surgiu a paixão de seu torcedor.
O fato de uma agremiação centenária ter surgido pela força de pessoas comuns pode ser um indício da formação desta mística que envolve o maior clube de futebol de Minas Gerais. Outro fato é que, em Minas, o único clube a aceitar qualquer pessoa, de qualquer classe social ou raça, era o Atlético Mineiro. Enquanto os clubes fechados da capital recebiam apenas membros de classe majoritárias e pessoas de pele alva, o Atlético era aberto a qualquer um que gostasse de futebol.
Outros fatores podem contribuir para que este clube de futebol mineiro seja reconhecidamente detentor da paixão incondicional de seus torcedores. Ao longo de sua história o clube colecionou, além de memoráveis vitórias, um poder espiritual que lhe persegue desde sua fundação em 1908. Este poder implícito é a razão de ser do Atleticano. Nada neste planeta Terra está acima, se tratando de futebol, do Galo. #Massa, #Vingador, #Galãodamassa, #Galodoido, #Bicabicudo, são apenas alguns símbolos que servem para evidenciar os fatos. Este clube é o único, no Brasil, conhecido igualmente por, além de seu nome tradicional, pelo seu mascote.
Muitas pessoas estão, neste momento, tentando entender este turbilhão de alegria que envolve a conquista do título da Libertadores da América pelo Alvinegro de Minas. Como que conseguiram reverter todos aqueles placares adversos? Como puderam ter tanta força a ponto de quebrar todos recordes de paixão por um clube? Acho que nem mesmo Deus gostaria de entender isto, dado o quanto é fascinante e eloquente esta virtude espiritual de caráter emotivo.
O Galo não sabia, mas ele já havia conquistado Minas, o Brasil, a América em fim, o Mundo antes mesmo do título chegar. Bastava olhar as arquibancadas. Prestar atenção nos olhares dos torcedores, seus gritos, suas loucuras seus gestos sua esperança. Esta torcida, que desconhecemos outra parecida, trás em si uma virtude ímpar. A virtude de Amar sem condicionar, de Amar sem contar o quanto tem ou o quanto precisa ter. Esta torcida Ama de um Amor verdadeiro e sem miséria. Ama de um Amor que não enxerga o obstáculo e mesmo assim o ultrapassa como se ali não estivesse.
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